14.9.04
o vinho dos amantes
no espaço esplêndido de agora
sem freio nem esporas
montemos à rédea solta o daimon do vinho
para um céu feérico e divino
como dois anjos torturados
por um implacável delírio em fúria
corramos atrás da miragem do destino
baloiçando docemente sobre a asa
do turbilhão inteligente
num delírio partilhado
irmão e irmã nadando lado a lado
fugiremos sem pausa nem repouso
para o sonhado paraíso que nos chama.
- traduzido por Maria Gabriela Llansol, Charles Baudelaire
sem freio nem esporas
montemos à rédea solta o daimon do vinho
para um céu feérico e divino
como dois anjos torturados
por um implacável delírio em fúria
corramos atrás da miragem do destino
baloiçando docemente sobre a asa
do turbilhão inteligente
num delírio partilhado
irmão e irmã nadando lado a lado
fugiremos sem pausa nem repouso
para o sonhado paraíso que nos chama.
- traduzido por Maria Gabriela Llansol, Charles Baudelaire
13.9.04
título desconhecido, 1972 - © Christian Vogt
Birth of Eve, 1996 - © Jeanloup Sieff
7.9.04
Porque
título e data desconhecidos - © Vee Speers
Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mão dada com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.
- Sophia de Mello Breyner Andresen
Siege, data desconhecida - © Misha Gordin
Movimiento, data desconhecida - © Don Gregório Antón
6.9.04
Nude, 1927 - © Edward Weston negativo, Cole Weston impressão